Dores crônicas mais comuns e como tratá-las
Se você sente uma dor há mais de 12 semanas que é acompanhada por sintomas como cansaço, perda de apetite, dificuldade para dormir ou alterações de humor, fique atento! Você pode estar sofrendo de dor crônica.
Este tipo de dor, ao contrário da dor normal, é persistente. Ambos os tipos de dor (normal e crônica) podem apresentar níveis variados, de leve a grave, mas a dor normal desaparece assim que a lesão ou a doença que a originou se cura.
A dor crônica, por outro lado, pode ter começado com uma lesão, mas persiste sem razão aparente, mesmo depois da lesão inicial ter sido curada.
De acordo com o relatório sobre o mercado global de controle da dor, produzido pela empresa Global Industry Analysts (GIA) em 2017, mais de 1,5 bilhão de pessoas em todo o mundo sofrem de dor crônica, em diferentes níveis.
Esta doença é a principal causa de afastamentos a longo prazo do trabalho nos Estados Unidos, e afeta mais americanos do que diabetes, doenças cardíacas e câncer combinados.
Existem quatro tipos de dor crônica que são os mais comuns. Saiba quais são e como tratá-los.
Neste artigo você encontrará:
1. Dor nas costas crônica e suas causas
2. Dor de cabeça crônica e suas causas
3. Dor articular crônica e suas causas
4. Dor neuropática crônica e suas causas
5. Quando consultar o meu médico?
6. Tratamentos para dor crônica
7. Cuidado geral para controlar as dores crônicas mais comuns
1. Dor crônica nas costas
É uma das principais causas de afastamento e perda de produtividade no trabalho. Geralmente, a dor nas costas crônica se desenvolve devido a maus hábitos, como má postura ao trabalhar em frente ao computador ou ao dormir.
No entanto, também pode ser causada por uma lesão ou como resultado de artrite e osteoartrite. As causas mais prováveis são:
– Lesão prévia por torção ou levantamento inadequado de peso
– Dano por tensão ou trauma nos músculos das costas, ligamentos ou tendões
– Estenose espinhal envolvendo estreitamento do canal vertebral e compressão dos nervos
– Desenvolvimento progressivo devido a artrite ou osteoporose
– Má postura repetitiva, inclusive ao dormir
– Desgaste normal
2. Dor de cabeça crônica
É uma dor de cabeça constante, que ocorre por pelo menos 15 dias por mês por não menos de três meses consecutivos. Pode ser de curta ou longa duração diária (mais de quatro horas), como a enxaqueca. Algumas das causas mais prováveis de dor de cabeça crônica são:
– Estresse, fadiga ou má qualidade do sono
– Fadiga ocular
– Disfunções no sistema nervoso ou irregularidades hormonais
– Inflamação ou outros problemas nos vasos sanguíneos do cérebro e em torno dele, como – derrames
– Infecções, como meningite
– Pressão intracraniana muito alta ou muito baixa
– Tumor cerebral
– Lesão cerebral traumática
Além das causas diretas, existem fatores de risco que favorecem o aparecimento de cefaleia crônica:
– Ser mulher
– Apresentar ansiedade, depressão ou transtornos do sono
– Obesidade
– Ronco
– Consumo excessivo de cafeína
– Uso excessivo de medicamentos para dor de cabeça
– Outros distúrbios da dor crônica
3. Dor crônica nas articulações
A dor articular pode ser causada por lesões, infecções ou complicações relacionadas à idade avançada. Às vezes, a dor que parece vir das articulações pode, na verdade, provir de estruturas externas, como ligamentos, tendões ou músculos. Exemplos dessas doenças são bursite e tendinite.
A dor crônica em várias articulações geralmente se deve à osteoartrite ou a um distúrbio inflamatório (como a artrite reumatóide) ou, em crianças, à artrite idiopática juvenil. Conheça os tipos mais comuns de dor articular crônica:
– Artrose ou osteoartrite: comum em idosos e geralmente afeta as articulações maiores
– Artrite reumatoide: um distúrbio autoimune que causa inchaço nos espaços articulares.
– Lesão por movimento repetitivo (LER): comum em atletas e pessoas que realizam atividades físicas repetitivas
– Bursite: inflamação causada pelo inchaço dos sacos cheios de líquido que amortecem as articulações
– Tendinite: causada por inflamação dos tendões articulares
4. Dor crônica de nervo ou neuropática
Este tipo de dor aparece quando os nervos são comprimidos ou danificados. É caracterizada por uma dor latejante ou ardente que pode aparecer e desaparecer. Alguns dos exemplos mais comuns de dor neuropática crônica são:
– Ciática: geralmente causada por compressão do nervo que causa uma dor aguda na perna
– Neuropatia diabética: geralmente ocorre nas mãos ou pés
– Síndrome do túnel do carpo: comumente associada a movimentos repetitivos
– Neuralgia pós-herpética: um tipo de dor crônica que persiste após um surto de herpes zoster
– Neuralgia do trigêmeo: causada por uma lesão no nervo trigêmeo da face
– Dor fantasma – ocorre quando um braço ou perna é removido devido a doença ou lesão, mas o cérebro ainda recebe mensagens de dor no nervo que originalmente carregavam os impulsos do membro ausente
Embora eles geralmente a dor neuropática não tenha uma causa óbvia, alguns fatores de risco e causas comuns incluem:
– Alcoolismo
– Amputação
– Quimioterapia
– Diabetes
– Problemas dos nervos faciais
– Infecção por HIV ou AIDS
– Mieloma múltiplo
– Esclerose múltipla
– Compressão dos nervos ou da medula espinal de hérnia de disco ou artrite na coluna vertebral
– Herpes
– Cirurgia de coluna
– Sífilis
– Problemas de tireoide
5.Quando devo procurar o médico?
Se sua dor é crônica, ou seja, você está sofrendo há mais de 3 meses, te recomendamos procurar a ajuda de um médico.
Você deve estar especialmente atento às dores de cabeça que, além de constantes (duas ou mais dores de cabeça por semana), são repentinas e intensas ou pioram apesar de descansar e tomar analgésicos.
Se a dor for acompanhada por febre, rigidez de nuca, desorientação, convulsões, visão dupla, fraqueza, dormência ou dificuldade para falar, consulte o seu médico assim que possível. Você também deve procurar atendimento de emergência se a dor aparecer após um ferimento na cabeça.
6.Tratamentos convencionais e alternativos para a dor crônica
Os tratamentos para a dor crônica podem variar muito, dependendo da origem da dor. Por exemplo, se você tem dor nas articulações e sofre de obesidade, o foco está na perda de peso. Se sua dor é neuropática e está associada a outra condição, como diabetes, o tratamento começa com o melhor tratamento desse transtorno.
No entanto, o tratamento convencional de dor crônica não relacionada a outras doenças geralmente inclui anticonvulsivo, antidepressivos ou antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs).
No entanto, muitos desses medicamentos, quando usados em longo prazo, podem causar efeitos colaterais leves a graves, como náuseas ou vômitos, úlceras no estômago, etc.
Abaixo, explicamos quais são os tratamentos convencionais mais comuns e suas consequências.
Tratamentos Convencionais para Dor Crônica
Tratamento | O que é? | Consequências |
Medicamentos analgésicos de venda livre | Os mais comuns são o acetaminofeno e os antiinflamatórios não-esteroidais (AINEs), como o ibuprofeno e o naproxeno. | O uso excessivo de AINEs aumenta o risco de ataque cardíaco ou derrame. Também pode causar úlceras de estômago, sangramento e problemas renais, portanto, não é a melhor opção para quem sofre de dor crônica. |
Medicamentos com receita médica | Geralmente corticoides e opioides (em alguns casos específicos de dor crônica, são receitados antidepressivos e anticonvulsivos). | Os corticoides podem aliviar a dor, mas estão associados a vários efeitos colaterais, como ganho de peso, dor de estômago, dor de cabeça, alterações de humor, problemas de sono, enfraquecimento do sistema imunológico e enfraquecimento dos ossos. Da mesma forma, os opioides são eficazes contra a dor, mas têm sido alvo de muita discussão devido a seus efeitos colaterais como constipação, sonolência, náusea e vômito, além do potencial de gerar dependência, quando usados por um período prolongado de tempo. |
Analgésicos tópicos | Eles incluem cremes, loções ou sprays que são aplicados à pele para aliviar dores musculares e artrite. A maioria deles está à venda sem receita médica. | Eles geralmente oferecem alívio temporário da dor, mas não são tão eficazes quando usados isoladamente para o tratamento da dor a longo prazo. |
Se esses tratamentos não ajudaram você a se livrar da dor ou se quiser evitar os efeitos colaterais, saiba que existem alternativas.
Apresentamos abaixo os tratamentos alternativos mais comuns para o controle da dor crônica.
Tratamentos Alternativos para Dor Crônica
Tratamento | O que é? | Consequências | Tratamento |
1. Canabidiol (CBD) | O CBD é um dos mais de cem fitocanabinoides exclusivos da cannabis. Estes componentes conferem à planta suas propriedades medicinais. Não é psicoativo e tem livre comércio em vários países da Europa, América Latina, Canadá e em vários estados dos EUA. | A medicina tem demonstrado a eficácia do CBD no tratamento de vários tipos de dor crônica, como dor nas costas, dor de cabeça (enxaqueca), dor nas articulações e dor neuropática. Estudos conduzidos em Israel, Canadá e Estados Unidos mostraram os benefícios dos canabinoides no tratamento de algumas dessas dores. | Comparado aos analgésicos convencionais, o CBD tem se mostrado eficaz no combate à dor, com a vantagem de não gerar efeitos colaterais significativos. |
2. Biorretroalimentação | Processo que permite que um indivíduo aprenda a mudar a atividade fisiológica para melhorar a saúde e o desempenho. Instrumentos precisos medem a atividade fisiológica, incluindo ondas cerebrais, função cardíaca, respiração, atividade muscular e temperatura da pele. | Recomendado para tratar vários problemas de saúde, como impotência, ansiedade, insônia e enxaqueca crônica. | Os instrumentos “retornam” informações ao usuário que, em combinação com mudanças no pensamento, emoções e comportamento, podem ajudar o paciente a fazer as mudanças fisiológicas que ele precisa. Com o tempo, essas mudanças podem ser sustentadas sem o uso continuado de um instrumento. Não há exposição a efeitos colaterais significativos. |
3. Estimulação nervosa elétrica transcutânea (ENET) | Uso de um pequeno dispositivo que envia impulsos elétricos de baixa intensidade para os nervos na área dolorida. | Pode beneficiar o controle de vários tipos de dor, especialmente dor neuropática e articular. | Pode inibir os impulsos da dor através da estimulação de grandes nervos ou fazer com que o corpo segregue endorfinas (substâncias químicas que atuam como moduladores da dor), aliviando a dor sem causar efeitos colaterais significativos. |
4. Ultrassom | Utiliza ondas sonoras de alta energia. | Especialmente recomendado para o controle da dor articular, muscular e neuropática, dependendo do caso. | Alivia as articulações e músculos que apresentam dor, sem aumentar o risco de desenvolver efeitos colaterais. |
5. Terapia Cognitiva Comportamental | Focado na ligação entre pensamento e comportamento, tende a combinar técnicas de reestruturação cognitiva, treinamento de relaxamento e outras estratégias de enfrentamento e exposição. | Pode ser de grande valor para pessoas que sofrem de dor de cabeça crônica associada ao estresse. Se você sente uma faixa apertada de dor em volta da cabeça ou pressão, de nível leve a moderado nos dois lados da cabeça, esse pode ser o seu tipo de dor. | A terapia cognitiva pode ajudá-lo a lidar com seus problemas diários de uma maneira diferente, beneficiando sua saúde de maneira geral. |
6. Meditação | Prática em que o indivíduo treina a mente ou induz um modo de consciência para obter algum benefício, como relaxamento. | Ajuda a controlar a dor crônica em geral e pode ser especialmente benéfica para a dor de cabeça, gerada pela tensão. | Pesquisas mostraram que a meditação pode mudar o cérebro. Um estudo realizado nos EUA mostrou uma redução deaproximadamente 40% nas avaliações da intensidade da dor durante a meditação em comparação com nenhuma meditação. |
7. Quiropraxia | Tratamento que enfoca a relação entre a estrutura do corpo, principalmente a coluna, e sua função. Um tipo de terapia prática chamada manipulação é usada. | Pode ser especialmente benéfico para o controle da dor nas costas. | Ao contrário dos tratamentos médicos convencionais, a quiropraxia pode ajudar a aliviar a dor crônica nas costas, sem expor o paciente a tantos riscos de efeitos colaterais. |
8. Acupuntura | Envolve a inserção de agulhas finas em certos pontos do corpo que são estimulados para corrigir o desequilíbrio e melhorar o fluxo de energia. | Pode ajudar a aliviar a dor em geral e melhorar a saúde. Pode ser especialmente benéfico em alguns casos de dor nas costas. | A acupuntura pode ser eficaz no tratamento da dor lombar crônica, sem gerar efeitos colaterais significativos. |
7.Cuidados gerais para controlar as dores crônicas mais comuns
Além dos tratamentos, alguns cuidados são importantes para quem quer prevenir ou tratar a dor crônica:
1. Reduza o estresse em sua vida. O estresse intensifica a dor crônica.
2. Aumente suas reservas de endorfina, um químico cerebral capaz de bloquear os sinais de dor. A prática de exercício físico ajuda na produção de endorfinas naturais.
3. Reduza o consumo de álcool e pare de fumar.
4. Siga uma dieta saudável e mantenha seu peso sob controle.
5. Encontre um grupo de apoio ou profissional de saúde mental com quem você possa conversar sobre seus sentimentos, compartilhar histórias e aprender a lidar com a dor crônica.
Não fique sofrendo de dor crônica. Procure a ajuda de um especialista e livre-se desse mal.
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Fuentes: