Câncer de garganta: o que é e como tratá-lo

Câncer de garganta: o que é e como tratá-lo

Se você ou alguém da sua família foi diagnosticado com câncer de garganta, é importante que continue lendo este artigo e informe-se sobre o que é, seus sintomas, como preveni-lo e quais terapias alternativas existem para ajudar com os sintomas.

O que é câncer de garganta?

O câncer de garganta, também chamado de câncer de orofaringe, faz parte dos tipos de câncer chamados de câncer de cabeça e pescoço. Dependendo da área da garganta afetada, recebe um nome específico: câncer da orofaringe, hipofaringe, nasofaringe e laringe ou caixa laríngea.

Os tumores cancerígenos, ao contrário dos tumores benignos, podem se espalhar para outros tecidos próximos ou outros órgãos do corpo. Este tipo de câncer geralmente começa nas células planas que cobrem o interior da garganta.

Sintomas

Em alguns casos da doença, no estágio inicial, surgem sinais e sintomas que podem ser notórios. Alguns destes são:

  • Tosse
  • Alterações na voz, como rouquidão e dificuldade em falar claramente
  • Dificuldade em engolir
  • Dor de ouvido
  • Um caroço ou ferida na garganta que não cicatriza
  • Dor de garganta
  • Emagrecimento

Causas do câncer de garganta

A causa específica que produz a mutação genética nas células para desencadear este tipo de câncer ainda não se conhece, porém, alguns fatores podem aumentar a possibilidade de surgimento:

Fatores de risco

  • Consumo de tabaco e bebidas alcoólicas
  • Alimentação deficiente
  • Infecção pelo vírus do papiloma humano (em casos raros)
  • Pre-disposição genética
  • Exposição a substâncias tóxicas no local de trabalho
  • Pessoas maiores de 65 anos são as que geralmente apresentam este tipo de câncer
  • Doença de refluxo gastroesofágico

Prevenção

É impossível prevenir com certeza este tipo de câncer, mas é possível reduzir os fatores de risco que podem levar ao seu surgimento. Para isto, se deve:

Este ano, um grupo de investigadores do México conseguiu erradicar o HPV (mediante una terapia fotodinâmica), o que é uma grande notícia já que este vírus é um fator de risco para muitos tipos de câncer, incluindo o de cérvix, câncer vaginal, câncer de garganta, entre outros.

Diagnóstico e exames

Muitos cânceres de garganta podem ser detectados em etapas iniciales. Geralmente, os sintomas conseguem alertar sobre a presença dele em uma etapa não tão avançada. Se você suspeita de câncer, será necessário realizar exames para confirmar o diagnóstico. Estes são os procedimentos solicitados pelo médico:

Histórico clínico e exames médicos:

O médico investiga os sintomas, possíveis fatores de risco e antecedentes do paciente e de seus familiares.

Laringoscopia direta (flexível):

Se insere pela boca ou pelo nariz, um tubo delgado e flexível que tem uma fonte de luz (chamado laringoscópio de fibra óptica). Este aparelho permite observar a laringe e a área ao redor.

Laringoscopia indireta:

Se observa a garganta usando pequenos espelhos especiais que se colocam na boca. É importante que o médico examine também a boca, a língua e o pescoço.

Panendoscopia:

Através de um laringoscópio rígido, os tumores são procurados na laringe e hipofaringe. O esôfago e a traqueia também são observados. Este procedimento geralmente é feito sob anestesia geral.

Biópsia:

Uma amostra de tecido é removida para ser examinada ao microscópio. Pode ser endoscópica (usando instrumentos especiais com os quais, através de um endoscópio, pequenos fragmentos de tecido são removidos), ou pode ser uma biópsia por aspiração com agulha fina (células dos gânglios linfáticos do pescoço são obtidas através de uma agulha).

Tomografia computadorizada (TC ou CAT):

Os raios-X são usados de diferentes ângulos, o que permite criar uma imagem tridimensional do interior do corpo. Uma visão detalhada pode ser obtida para saber se existem anomalias ou tumores.

RM (ressonância magnética):

Em vez de raios-X, são utilizados campos magnéticos para produzir imagens detalhadas do corpo e do seu interior. Antes do teste, um corante especial é aplicado para obter uma imagem mais clara do interior.

Estudo da ingestão de bário:

O paciente bebe um líquido chamado bário, que cobre as paredes da garganta e do esôfago. Enquanto bebe o líquido, uma série de raios-x são tomadas, o que permite identificar irregularidades na garganta.

Radiografia de tórax:

O tórax é examinado para determinar se o câncer se propagou para os pulmões.

Tomografia por emissão de pósitrons (PET positron emission tomography):

Envolve a injeção de uma substância radioativa de açúcar que é absorvida pelas células que usam muita energia (células cancerígenas). Este estudo também é chamado de PET-CT porque é combinado com a tomografia computadorizada, o que permite gerar imagens e identificar os locais onde esta atividade ocorre.

Tratamentos

O paciente que foi diagnosticado com câncer de garganta tem várias opções de tratamento. Geralmente, sua efetividade depende em grande parte da etapa em que foi detectado.

É importante explorar detalhadamente cada uma das alternativas do paciente, avaliando os benefícios contra os possíveis riscos e efeitos colaterais de cada uma das opções.

Cirurgia:

Dependendo do tipo, da etapa e da localização do câncer, assim como de outros tecidos afetados, é possível realizar diferentes operações para retirar o câncer ou outros tecidos próximos à garganta.

Cirurgia endoscópica:

Através de um endoscópio (tubo longo e fino com luz e uma câmera no final), não só instrumentos cirúrgicos que permitem biópsias ou remover camadas superficiais de tecido, mas também lasers podem ser usados para vaporizar ou remover tumores.

Cordectomia (cordectomy):

É a remoção de parte ou de todas as cordas vocais. É usado no tratamento de cânceres localizados na glote, muito pequenos ou superficiais. Se parte da corda vocal for removida, o paciente pode ficar rouco e, se ambos os acordes forem removidos, a fala normal não será possível.

Laringectomia total ou parcial:

Consiste na remoção total ou parcial da laringe. Se a totalidade for removida, a traqueia deverá ser reposicionada de modo que, por meio de um orifício no pescoço, o paciente possa respirar (traqueotomia).

Faringectomia total ou parcial:

Consiste na remoção total ou parcial da faringe. Normalmente, a laringe também é removida. Após esse procedimento, a cirurgia de reconstrução pode ser necessária para melhorar a capacidade de engolir.

Remoção dos gânglios linfáticos:

Se o câncer se espalhou para os gânglios linfáticos do pescoço, pode ser necessário removê-los. O procedimento é realizado ao mesmo tempo que a cirurgia para remover o tumor principal

Tireoidectomia:

Se o câncer se espalhou para a glândula tireóide, parte dela ou sua totalidade é removida. Para saber mais sobre a tireóide ou o câncer que afeta essa glândula, clique aqui

Radioterapia:

São utilizados raios-X, raios gama ou partículas de alta energía para destruir as células cancerígenas. Pode ser utilizado como tratamento principal (para câncer de garganta em etapas iniciais) e para tratar pacientes que não podem realizar a cirurgia. Também pode ser utilizado como tratamento complementar à cirurgia para eliminar qualquer resíduo de câncer que possa existir.

Quimioterapia:

Usa medicamentos contra o câncer que se injetam em uma veia ou são administrados oralmente. Estes medicamentos entram na corrente sanguínea e chegam a todas as áreas do corpo, o que faz que este tratamento seja útil contra o câncer que já se propagou.

Terapia dirigida:

Este é um tipo de tratamento que utiliza medicamentos de uma maneira diferente da quimioterapia convencional, já que focam diretamente nos genes, nas proteínas específicas do câncer ou nas condições do tecido que contribuem para o crescimento e para a sobrevivência do câncer. Esta terapia está direcionada às células cancerígenas específicas, sem prejudicar as células normais. Pode ser útil no tratamento de pessoas que não toleram os efeitos colaterais da quimioterapia.

Tratamentos complementares

Os tratamentos realizados em paralelo aos convencionais, geralmente, se concentram em promover alívio dos efeitos colaterais do tratamento da quimioterapia. Isto ajuda a melhorar a qualidade de vida do paciente.

Estas são algumas das principais terapias aliadas aos tratamentos convencionais:

  • Acupuntura: ajuda o paciente a superar a dor e a fadiga do tratamento com a inserção de agulhas cirúrgicas em pontos energéticos estratégicos.
  • Meditação: seu objetivo é relaxar a mente e as emoções do paciente para que ele consiga um estado de paz natural e possa enfrentar mais facilmente o tratamento.
  • Terapia física: se baseia em um exercício terapêutico moderado e à aplicação de técnicas de relaxamento para melhorar o sono e recuperar a energia vital.
  • Terapia psicossocial: consiste no reconhecimento e atenção especial ao aspecto emocional do paciente e de seu entorno.
  • Uso de canabinóides: já foi comprovado que a cannabis medicinal é benéfica para tratar efeitos colaterais relacionados ao tratamento do câncer. Ela diminui as náuseas e o vômito, estimula o apetite e alivia a dor que alguns tratamentos de quimioterapia e radioterapia produzem. Também está sendo pesquisada sua eficiência na destruição de células cancerígenas, reduzindo o potencial de propagação destas células.