Leucemia: o que é e como tratá-la?

Leucemia: o que é e como tratá-la?

Nenhum de nós está preparado para receber o diagnóstico de uma doença como a leucemia. Se você ou alguém próximo o recebeu, o primeiro passo é investigar o máximo possível e esclarecer todas as suas dúvidas.

Informar-se é o primeiro passo

A leucemia não se refere só a um tipo de câncer, inclui vários que afetam a medula óssea, órgão responsável pela formação das células sanguíneas. Isso produz:

  • Aumento incontrolável da quantidade de glóbulos brancos
  • Impedimento da produção de outros componentes do sangue (glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos maduros – os leucócitos – saudáveis)
  • Diminuição das células sanguíneas normais

As células cancerígenas podem se espalhar na corrente sanguínea e nos gânglios linfáticos, viajando a outras partes do corpo como o cérebro, a medula, etc.

Existem dois tipos gerais da doença: a leucemia aguda (evolui rapidamente) e a crônica (evolui mais lentamente).

Leucemia linfocítica aguda (LLA)

É quando se apresenta um crescimento rápido e abundante de um tipo de glóbulo branco chamado linfoblasto. Os linfoblastos anormais crescem aceleradamente e substituem as células normais na medula óssea. Este tipo de leucemia afeta geralmente crianças de 3 a 7 anos, mas também pode se apresentar em adultos.

Causas

Na maioria das vezes, não se pode encontrar uma causa evidente para a leucemia linfocítica aguda, mas os seguintes fatores podem ter a ver com o desenvolvimento de todos os tipos de leucemia:

  • Certos problemas nos cromossomos
  • Exposição à radiação, inclusive aos raios-x antes de nascer
  • Tratamento anterior com fármacos quimioterapêuticos
  • Ter recebido um transplante de medula óssea
  • Exposição a substâncias tóxicas, como o benzeno

Os seguintes fatores são conhecidos por aumentar o risco de contrair leucemia linfocítica aguda (LLA):

Síndrome de Down ou outros distúrbios genéticos
Irmão ou irmã com leucemia

Leucemia linfocítica crônica (LLC)

Este tipo de leucemia causa um aumento em certos glóbulos brancos chamados linfócitos B ou células B. As células cancerígenas se espalham através do sangue e a medula óssea e podem afetar os nódulos linfáticos ou outros órgãos como o fígado ou o baço. A LLC eventualmente pode fazer com que a medula óssea perca sua função, que é produzir praticamente todas as células do sangue.

Este tipo de leucemia geralmente afeta os idosos, ou seja, pessoas maiores de 60 anos. É mais comum em homens do que em mulheres. A leucemia linfocítica crônica, que é o tipo crônico mais frequente em adultos pode permanecer assintomática por anos.

Causas

A exposição ao agente laranja (uma mistura de dois herbicidas), durante a guerra do Vietnã tem sido relacionado com um leve aumento do risco de contrair LLC.

Leucemia Mieloide Aguda (LMA)

As pessoas com este tipo de leucemia (LMA) têm um grande número de células imaturas anormais dentro de sua medula óssea, que se multiplicam rápida e agressivamente, substituindo células sanguíneas saudáveis. Como resultado, as pessoas com LMA tornam-se mais propensas a infecções e têm um risco aumentado de sangramento à medida que diminuem as quantidades de células sanguíneas saudáveis.

A LMA é um dos tipos de leucemia mais comuns entre os adultos (mas também afeta crianças) e é mais comum em homens que em mulheres. A leucemia mieloide aguda é o tipo mais frequente de leucemia aguda em adultos.

Leucemia Mieloide Crônica (LMC)

Este tipo de leucemia ocasiona um crescimento incontrolável de células imaturas e maduras que formam um certo tipo de glóbulos brancos chamados células mieoloides. As células doentes se acumulam na medula óssea e no sangue.

É mais comum em adultos de meia idade e em crianças. Uma pessoa que padece de leucemia mieloide crônica tem poucos sintomas ou nenhum durante meses ou anos antes de ingressar na fase em que as células de leucemia crescem mais rápido.

Causa

A LMC está relacionada com uma anomalia cromossômica chamada cromossoma Filadélfia. A exposição à radiação pode aumentar o risco de desenvolvê-la.

Tratamentos

Antes de começar qualquer tipo de tratamento, o médico responsável deve definir o tipo de leucemia. Os esquemas que devem ser seguidos para o tratamento desta patologia variam dependendo do tipo. Estas são 6 terapias gerais que têm demonstrado resultados positivos para o tratamento da leucemia:

Quimioterapia

Mediante o uso de medicamentos específicos (via oral ou intravenosa) se busca destruir ou controlar o crescimento acelerado das células cancerígenas em todo o corpo, segundo o tipo de leucemia.

Os medicamentos usados na quimioterapia podem afetar algumas células normais no corpo, o que pode provocar efeitos colaterais como:

  • Queda de cabelo
  • Úlceras na boca
  • Perda de apetite
  • Náuseas e vômitos
  • Diarreia ou constipação (intestino preso)
  • Aumento do risco de infecções (devido à pouca existência de glóbulos brancos normais)
  • Formação de hematomas e sangramento (devido à existência de poucas paquetas)
  • Cansaço e dificuldade para respirar (devido à existência de poucos glóbulos vermelhos)

Existem maneiras de amenizar os efeitos colaterais, por exemplo, o uso de medicamentos que ajudam a prevenir ou a reduzir as náuseas e o vômito, como o canabidiol, também conhecido pela sigla CBD (leia mais sobre isso aqui) [link al item 6. Cannabis, de este mismo texto]. Esses tratamentos alternativos podem ser combinados com outros tratamentos.
Se o paciente apresentar efeitos colaterais, deverá consultar um médico para que possam ser tratados de maneira eficaz.

Terapia biológica

A terapia biológica funciona mediante tratamentos que ajudam o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células de leucemia. Algumas novas terapias biológicas têm sido empregadas, como o uso de diferentes anticorpos monoclonais, como o alemtuzumab ou o rituximab.

O rituximab, por exemplo, é uma proteína (anticorpo monoclonal) que se une especificamente a uma região dos linfócitos B, que são células que formam parte do sistema de defesa do organismo. No linfoma são produzidos linfócitos B anômalos; o rituximab se une a estes linfócitos B e os destrói, constituindo uma alternativa para o tratamento da leucemia nos casos em que a quimioterapia não é eficaz.

Terapia dirigida

A terapia direcionada usa medicamentos que atacam vulnerabilidades específicas das células cancerígenas. Por exemplo, o imatinib (Gleevec) interrompe a ação de uma proteína das células doentes de pessoas com leucemia mielóide crônica. Isso pode ajudar a controlar a doença.

Radioterapia

A radioterapia usa raios-X ou outros feixes de alta energia para danificar as células de leucemia e interromper seu crescimento. Durante a radioterapia, o paciente se deita em uma maca enquanto uma máquina se move e direciona a radiação para pontos específicos do corpo.

A radiação pode ser recebida em uma área específica do corpo onde há um acúmulo de células de leucemia ou pode ser recebido por todo o corpo. A radioterapia também pode ser usada como preparação para um transplante de células-tronco.

Transplante de células-tronco

O transplante de células-tronco é um procedimento para substituir a medula óssea doente por uma saudável. Antes de um transplante de células-madre, o paciente recebe altas doses de quimioterapia ou de radioterapia para destruir a medula óssea atacada pelo câncer. Logo após, é feito o transplante das células-tronco formadoras de sangue que ajudam a reconstruir a medula óssea.

As células-tronco podem ser originárias de um doador ou, em alguns casos, é possível usar as células-tronco do próprio paciente. Um transplante de células-tronco é muito similar a um transplante de medula óssea.

Cannabis

Esta planta possui vários componentes chamados canabinóides que têm diferentes efeitos sobre o corpo. O canabidiol (CBD), por exemplo, é um canabinóide que pode ajudar no tratamento de diferentes patologias, desde convulsões, até mal de Alzheimer, Parkinson  e diferentes tipos de câncer.

O processo que permite que os canabinóides acabem com as células cancerígenas é chamado apoptose . Esta é uma função natural do corpo humano na qual o próprio organismo provoca uma morte celular programada, como parte do seu desenvolvimento natural.

O uso de canabinóides tem sido demonstrado de grande valor anticancerígeno, mas seu uso combinado com outras terapias (como os agentes da quimioterapia) tem dado resultados ainda mais potentes contra as células cancerígenas da leucemia. É por isso que os compostos ativos encontrados na planta cannabis são considerados o futuro do tratamento eficaz contra o câncer.

Todas estas terapias são alternativas que podem ser consideradas, mas lembre-se de consultar o médico responsável primeiro, para discutir as opções de tratamento. Quanto melhor informado sobre a leucemia estiver o paciente, mais fáceis e acertivas serão as suas decisões.

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