Vivendo com artrite: 6 conselhos de quem sofre com a doença

Vivendo com artrite: 6 conselhos de quem sofre com a doença

Aprender a controlar os sintomas da artrite e poder fazer as tarefas diárias normalmente é essencial para a qualidade de vida de quem sofre com esta doença.

Depois de saber que tem artrite, o primeiro passo que você deve tomar é pedir ajuda profissional e seguir os tratamentos que eles indicam. A seguir, pessoas que levam mais tempo convivendo com isso, compartilham valiosos conselhos que te ajudarão a enfrentar esta situação:

1. Controle seu peso

Diga não ao estilo de vida sedentário e a fast-food. Mova-se! Este é o melhor conselho se você quer perder peso. Quanto menor seu peso, menos carga suas articulações terão.

Se você fica muito tempo sentado ou deitado, alongue-se a cada 15 minutos e realize caminhadas de 30 minutos diariamente, em intensidade moderada (como se alguém tivesse perseguindo você). O exercício combinado com uma dieta rica em alimentos frescos, pobre em sal, açúcar e alimentos refinados, irá ajudá-lo a perder peso. Os alimentos ricos em fibras ajudam a metabolizar a gordura.

“No começo eu pensei que era bobeira, que me diziam isso só para me fazer emagrecer. De qualquer forma, comecei a melhorar minha dieta e a caminhar cerca de 30 minutos todo dia. Perdi peso e comecei a notar que a pressão no meu quadril, joelhos e tornozelos estava diminuindo, e que sentia menos dor”.

Fernando, 56 anos (osteoartrite)

Quanto mais frutas, verduras, legumes e cereais integrais houver em sua dieta, mais cedo você perceberá os resultados. Tenha em mente os alimentos que ajudam suas articulações e preparar receitas com estes.

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Quanto à atividade física, se andar não é muito a sua praia, busque outra coisa que você goste. Dançar, fazer yoga … nadar, por exemplo, é a atividade que mais desenvolverá sua condição física com menos impacto.

O ponto é cuidar das articulações, mantendo-se o mais ativo possível, mas com atividades de baixo impacto, para reduzir a dor e a rigidez, tonificar os músculos e melhorar sua condição física.

Não é recomendado correr, pular ou andar de bicicleta em terrenos desnivelados e subidas, uma vez que essas atividades geram sobrecarga nas articulações e, como as atividades de impacto podem desgastar a articulação mais rapidamente.

2. Faça fisioterapia

Além do exercício discutido na seção anterior, a fisioterapia é altamente recomendável, já que com a assessoria de um profissional qualificado você poderá melhorar a mobilidade das articulações afetadas pela artrite.

“Assim que a artrite começou a me incomodar, meu médico me aconselhou a fazer fisioterapia, além de tomar os medicamentos. Nessas sessões, o fisioterapeuta colocou algumas bolsas quentes nos meus pulsos e fiz alguns exercícios com as mãos. Ele disse que isso ajuda a expandir o movimento dos meus pulsos. A fisioterapia me ajudou muito a aliviar a dor”.

Adelaide, 71 anos (artrite reumatóide)

Na fisioterapia, além dos exercícios, da aplicação de frio/calor, eletroterapia, entre outras técnicas, também ensinarão você a fazer exercícios em casa para fortalecer os músculos e manter as articulações em movimento.

Consulte o seu fisioterapeuta para saber como você deve fazer suas atividades do dia a dia, peça para ele explicar a melhor maneira de fazê-las. Tarefas tão simples como pegar algo do chão, quando feitas incorretamente, podem gerar alterações articulares.

3. Tome seus medicamentos

Se você já foi ao médico e ele prescreveu medicamentos para aliviar a dor e a inflamação, tome-os! Converse com seu médico sobre as melhores opções que você tem para controlar a dor e os efeitos colaterais.

“Sem dúvida a coisa mais difícil é a dor, sentir que tudo dói, até a pele. Andar uma curta distância torna-se uma missão impossível. Se houver medicamentos que possam ajudá-lo a controlar a dor, use-os! Você só precisa ter muito cuidado com os efeitos colaterais e informar o médico o mais rápido possível”.

Carlos, 52 anos (gota)

A dor crónica, isto é, a dor que não pára, é um dos sintomas mais representativos, incapacitantes e frustrantes desta doença. A maneira usual de tratá-lo é com os medicamentos prescritos em um tratamento convencional.

Mesmo que muitas pessoas em seu ambiente sofram de dor, você nunca deve se acostumar a senti-la. A dor gera inflamação e isso gera mais dor. Certamente há uma boa opção de tratamento da dor esperando por você, como terapias complementares que podem ser muito úteis.

4. Use aparelhos que ajudem na mobilidade

Se a sua mobilidade foi reduzida, usar bengalas, andadores, cadeiras de rodas ou scooters pode ser um grande apoio para você que sofre de artrite. Na medida do possível mantenha-se ativo, porque se você acostumar seus músculos a se movimentarem pouco, eles gradualmente se esquecerão como fazê-lo.

Além de libertar a tensão nas articulações, estes dispositivos podem te dar agilidade para você se deslocar mais rápido.

“Não me sentia segura para caminhar, mesmo dentro de casa. No início não queria aceitar que eu precisava de um andador, me sentia velha, mas depois da minha primeira queda deixe de lado a vaidade. Agora eu uso um andador padrão para caminhar em casa e para sair uso minha scooter de mobilidade”.

Raquel, 82 anos de idade (artrite reumatóide)

O fato de você usar uma ferramenta não necessariamente te tornará dependente dela. Dependendo da evolução da sua doença, é possível alcançar a reabilitação por meio da fisioterapia.

Auxílios técnicos, além de ajudarem você a se locomover, evitam o risco de queda e te dão mais independência. Antes de utilizá-los, lembre-se de  algumas recomendações mínimas:

  • Sempre olhar para a frente, nunca para baixo ou para os pés
  • Tente detectar obstáculos com tempo sufiente para reagir
  • Se você usa andador,  vá a uma velocidade na qual você se sinta confortável, não é necessário correr, isto também se aplica para o scooter.

5. Busque apoio emocional

Qualquer diagnóstico de uma doença que afete a maneira como você vive diariamente tem uma carga emocional que deve ser considerada. Você pode sentir raiva, negação, frustração ou até depressão.

Se você acha que está perdendo sua independência, procure a ajuda de sua família e um profissional para administrar a maneira como aborda a convivência com a artrite.

“Eu simplesmente não conseguia acreditar, sempre achei que somente as pessoas mais velhas tinham artrite. No começo parei de fazer tudo o que fazia, mas depois comecei a conversar com pessoas que tinham as mesmas coisas que eu e vendo que elas continuavam com suas vidas normalmente me deu esperança e desejo de lutar ”.

Samuel, 25 anos (artrite juvenil)

Para o bem da sua saúde mental e emocional, é importante que você aprenda a anular os pensamentos tóxicos que realmente podem causar muitos danos e até afastá-lo de suas atividades normais. Conversar com um terapeuta, um amigo ou qualquer pessoa em quem você confie, ajudará a se libertar e se sentir melhor.

Ter contato com pessoas com diagnósticos parecidos com o seu também ajudará. Busque grupos onde você poderá tirar dúvidas sobre coisas que podem acontecer no dia a dia, compartilhar experiências e dicas.

Converse com seu médico e peça uma referência de um psicólogo ou de alguém treinado para ajudá-lo a administrar a carga emocional que pode ser causada pela artrite e seus sintomas. Envolva sua família nesse processo, você verá que não está sozinho.

6. Adapte seu ambiente

Existem muitas ferramentas, acessórios e dispositivos que podem facilitar sua vida em diferentes áreas (casa, trabalho e hobbies). Pesquise em sua cidade ou on-line por lugares onde você pode comprar produtos como:

  • puxadores de zíperes que facilitem a abertura das suas roupas (principalmente para aberturas nas costas).
  • calçadeira com alça longa, para facilitar a colocação dos seus sapatos
  • alças incorporadas a utensílios que você use com frequência
  • modelos de torneiras mais fáceis de abrir, em formato alavanca, por exemplo
  • telefones com botões grandes
  • joelheiras (se você precisar se ajoelhar)
  • roupa de compressão para articulações
  • alça grossa para incorporar às chaves, para facilitar a manipulação

“Há 15 anos, quando fui diagnosticado, não havia nada que pudesse ajudar, agora você encontra no mercado desde talheres até ferramentas adaptadas para não forçar as mãos. Quando se tem artrite, prevalece a lei do menor esforço: devemos buscar aquilo que nos gera pouco esforço e assim evitar a dor. Se você tiver que pegar algo que te faça esticar muito os ombros, por exemplo, use uma haste de alcance. Mesma coisa para calçar os sapatos….sempre há uma maneira facilitar a tarefa”.

Emílio, 70 anos (osteoartrite)

Consulte um terapeuta ocupacional sobre as modificações que você deve fazer em diferentes ambientes, como colocar as rodas nos móveis para facilitar a limpeza ou outras ferramentas que o ajudem a executar uma rotina diária independente.

Muitas pessoas que passaram por um diagnóstico de artrite tiveram dúvidas e sentimentos contraditórios. É completamente normal. Admita que você está chateado e, em seguida, faça um plano do que precisa ser feito para você se sentir melhor.

Pergunte, pesquise sobre os medicamentos prescritos, sobre os tratamentos e equipamentos mais recentes para o seu tipo de artrite.

Quanto mais informado você estiver, melhor visão terá do que deve fazer para viver melhor.

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