Pacientes de Alzheimer mal-humorados? Saiba como tratá-los
Se você cuida de alguém com Alzheimer certamente já percebeu que, inconscientemente, muitas vezes ele é mal-humorado, triste ou rude. Se assim for, não se preocupe, mudanças de humor e de comportamento são normais para pessoas com Alzheimer. No entanto, eles são os sintomas mais desafiadores e angustiantes.
Quer saber por que o humor do paciente de Alzheimer muda e qual é o tratamento? Continue lendo e te explicaremos por que essas mudanças ocorrem, como você pode entender melhor os pacientes e quais são os tratamentos com e sem medicamentos que podem ajudar você a enfrentar essa situação.
Causas das Mudanças de Comportamento em pessoas com Alzheimer
As mudanças no comportamento acontecem devido à deterioração progressiva das células cerebrais, característica do mal de Alzheimer. No entanto, às vezes, existem outros fatores, como medicamentos, fatores ambientais e algumas condições médicas que podem causar essas alterações ou agravar as existentes.
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Alterações comuns no comportamento de uma pessoa com Alzheimer
Nos estágios iniciais do Alzheimer, os pacientes podem experimentar mudanças no comportamento e na personalidade, como:
- Irritabilidade
- Ansiedade
- Depressão
Nos estágios mais avançados do mal de Alzheimer, outros sintomas podem aparecer, como:
- Raiva e agressividade
- Ansiedade e agitação
- Mal-estar emocional geral
- Agressões físicas ou verbais
- Impaciência, tendência a rasgar papel ou lenços
- Alucinações (ver, ouvir ou sentir coisas que não estão lá)
- Delírios (crença firme em coisas que não são verdadeiras)
- Síndrome vespertina (problemas que começam ao anoitecer e se espalham durante a noite)
- Problemas com o sono
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- Tratamento para as mudanças no sono de pacientes de Alzheimer
Situações que desencadeiam alterações no comportamento de pessoas com Alzheimer
Algumas circunstâncias ou mudanças no ambiente da pessoa muitas vezes desempenham um papel importante no desencadeamento de sintomas comportamentais.
Mudanças podem ser estressantes para qualquer um, mas para pessoas com Alzheimer são especialmente difíceis de aceitar. Uma situação que o paciente não espera pode aumentar o medo e ser muito difícil de enfrentar, porque as pessoas que sofrem deste mal estão sempre tentando encontrar sentido em um mundo cada vez mais confuso.
As situações que podem afetar o comportamento incluem:
- Mudança para uma nova residência ou uma casa geriátrica
- Mudanças no ambiente familiar ou no cuidador
- Situações que parecem ameaçadoras
- Internação em um hospital
- Ter que tomar banho ou trocar de roupa
Se você identificar o que causou a mudança de comportamento, é importante que você anote e a tenha em consideração, pois isso pode ajudar a selecionar uma abordagem melhor para lidar com a situação no futuro.
Avaliação médica para descobrir os gatilhos
As pessoas que começam a manifestar sintomas de comportamento e mudanças de humor devem receber uma avaliação médica completa, especialmente se os sintomas aparecerem subitamente.
Embora os sintomas comportamentais se devam às mudanças que ocorrem no cérebro com o Alzheimer, um teste pode revelar outras situações que contribuem para mudanças comportamentais.
Outras situações podem incluir:
- Efeitos colaterais de medicamentos: Muitas pessoas com Alzheimer tomam medicamentos prescritos para outros problemas de saúde. Os efeitos colaterais de medicamentos ou interações entre eles podem afetar o comportamento.
- Mal estar provocado por infecções ou outras condições: À medida que a doença piora, as pessoas com Alzheimer têm dificuldade crescente em se comunicar com outras pessoas sobre sua experiência, o que pode provocar reações não-verbais aos sintomas ou dores que sentem.
Se têm alguma dor devido a infecções urinárias, no ouvido ou nos seios, eles podem se sentir inquietos ou agitados. Também podem mostrar mudanças no comportamento se sentirem desconforto na bexiga, constipação, muito frio ou calor.
- Problemas não solucionados com a audição ou visão: estes podem contribuir para a confusão e frustração, promovendo uma sensação de isolamento.
Tratamentos não farmacológicos para suavizar mudanças no comportamento de pacientes com Alzheimer
Tratamentos sem fármacos para gerenciar os sintomas das mudanças comportamentais das pessoas com a doença de Alzheimer promovem conforto físico e emocional. Você deve sempre tentar estas opções antes de pensar em tratamentos farmacológicos para mudanças comportamentais em pacientes com Alzheimer.
As estratégias desses tratamentos são baseadas na identificação e foco nas necessidades que a pessoa com Alzheimer não consegue expressar facilmente.
Para implementar um tratamento eficaz sem fármacos, você deve:
- Reconhecer que a pessoa não está “sendo ruim ou insuportável”, mas está apresentando sintomas normais da doença.
- Identificar a causa e como os sintomas podem estar relacionados com a experiência da pessoa que sofre de Alzheimer.
- Tente fazer as mudanças necessárias no ambiente do paciente para ajudá-lo a evitar encontrar obstáculos ou fornecer as ferramentas para que ele possa resolvê-las, a partir de uma posição confortável, segura e mais calma.
Dicas para lidar com as mudanças comportamentais em uma pessoa com Alzheimer
- Monitore o conforto do paciente: deve ser verificado constantemente se o paciente com Alzheimer sente dor, fome, sede, constipação, bexiga cheia, fadiga, infecções ou irritação da pele. É aconselhável verificar se a temperatura ambiente é confortável.
- Evite confrontos ou discussões: por exemplo, se um paciente expressa o desejo de visitar sua mãe que já morreu, não diga a ele que sua mãe está morta. Em vez disso, você pode dizer: “sua mãe é uma pessoa maravilhosa, eu gostaria de vê-la também”.
- Redirecione a atenção da pessoa: tente ser flexível, paciente e compreensivo, respondendo às emoções, e não ao comportamento. Lembre-o de momentos agradáveis ou sensações que se concentram em emoções positivas.
- Crie um ambiente silencioso: tente garantir que o espaço onde está o paciente esteja livre de barulho, luzes ofuscantes, espaços inseguros e muitas distrações de fundo, incluindo a televisão.
- Permitir o descanso adequado: se o paciente quiser dormir ou se isolar, ajude-o para que ele possa descansar. Certos eventos que são normais para você, para ele são muito estimulantes e exaustivos.
- Fornecendo um objeto de segurança: às vezes um cobertor, uma imagem, uma pulseira ou qualquer coisa com um significado especial para a pessoa fará com que ela se sinta mais segura. Encontre esse objeto e dê a ela quando ela estiver infeliz ou triste.
- Reconhecer e responder às solicitações: sabemos que não é fácil se comunicar com os pacientes, especialmente os que estão em estágios avançados, mas é importante que você entenda o idioma deles. Aqui você pode encontrar informações sobre como se comunicar melhor com os pacientes de Alzheimer.
- Encontre as razões por trás de cada comportamento: consulte um médico para identificar qualquer causa que possa estar relacionada a medicamentos ou outras doenças.
- Explore várias soluções: se uma dessas dicas não funcionar para você, não fique frustrado. Continue explorando as opções para encontrar uma maneira de encher essa pessoa de amor e tranquilidade. Você é quem a conhece melhor e com o tempo você aprenderá a administrá-la e tratá-la.
- Não leve para o lado pessoal: lembre-se de que a pessoa não é rude ou agressiva porque você está fazendo algo de uma determinada maneira. O que acontece é apenas uma manifestação dos sintomas do Alzheimer e não está sob o controle do paciente.
Medicamentos para as mudanças comportamentais das pessoas com Alzheimer
Se, depois de tentar várias opções de tratamentos não farmacológicos, o seu ente querido ainda apresentar sintomas graves de alterações no seu comportamento, o que pode resultar em danos para si ou para outras pessoas, então você pode pensar em introduzir medicamentos.
Os medicamentos com receita médica podem ser eficazes em certas situações, mas devem ser usados com muito cuidado e são mais eficazes se combinados com os tratamentos não farmacológicos apresentados acima.
Antes de iniciar o tratamento farmacológico
Antes de decidir tratar estas modificações comportamentais com medicação, você deve considerar as seguintes indicações:
- Esteja a par dos riscos e benefícios: você deve entender os benefícios e riscos potenciais do medicamento antes de tomar qualquer decisão.
- Tenha um sintoma específico como foco: se o tratamento é feito para um sintoma central, outros sintomas também podem ser aliviados. Por exemplo, alguns antidepressivos não apenas melhoram o humor da pessoa com Alzheimer, mas também o ajudam a dormir melhor.
- Comece com doses baixas de um único medicamento: e monitore de perto os efeitos colaterais, que podem ser muito sérios e, ocasionalmente, até piorar os sintomas que estão sendo tratados. As doses não devem ser aumentadas sem avaliação médica.
Exemplos de medicamentos usados para tratar comportamentos estranhos em pessoas com Alzheimer
É essencial ter em mente que não existem medicamentos aprovados pelo FDA (Food and Drug Administration dos EUA) que sirvam especificamente para este fim.
Os exemplos que apresentamos a seguir podem ser projetados para tratar diferentes patologias, mas podem ser usados para fins como diminuir os sintomas das mudanças no comportamento no Alzheimer.
Alguns medicamentos usados para tratar os sintomas do comportamento de Alzheimer incluem:
Antidepressivos: para tratar desânimo e irritabilidade
- citalopram (Celexa)
- fluoxetina (Prozac)
- paroxetina (Paxil)
- sertralina (Zoloft)
- trazodona (Desyrel)
Ansiolíticos: para tratar ansiedade, inquietação, agitação, agressão verbal e resistência
- lorazepam (Ativan)
- oxazepam (Serax)
Antipsicóticos ***: para tratar alucinações, delírios, agressão, agitação, hostilidade e falta de cooperação.
- aripiprazole (Abilify)
- clozapina (Clozaril)
- haloperidol (Haldol)
- olanzapina (Zyprexa)
- quetiapina (Seroquel)
- risperidona (Risperdal)
- ziprasidona (Geodon)
*** Antipsicóticos devem ser usados com extrema cautela e somente sob condições específicas. Evidências científicas mostram que esses medicamentos estão associados a um maior risco de morte por acidente vascular cerebral em pacientes idosos com demência.
Se, como cuidador, você se sentir sobrecarregado por mudanças no comportamento do paciente com a doença de Alzheimer, nós o compreendemos. Você pode compartilhar suas experiências conosco e encontrar apoio de uma grande rede de pessoas que também vivem e entendem essa doença.
Coragem!
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