Uma breve história da cannabis e o descobrimento do CBD

Uma breve história da cannabis e o descobrimento do CBD

Para entender a evolução no uso e a grande recepção da cannabis como parte de vários tratamentos medicinais, devemos começar conhecendo a história da planta popularmente conhecida como maconha.

É importante conhecer a história para entender como confiarmos nela, especialmente quando se trata do âmbito médico.

Início da história da cannabis

A história da Cannabis remonta ao mundo antigo. Acredita-se que tenha sido usada por mais de 8.000 anos. A evidência científica é um pouco mais recente; por exemplo, o tetrahidrocanabinol THC, principal canabinoide psicoativo da planta, foi encontrado em cinzas datadas de 400 a.C.

Desde então, a cannabis tem viajado por todo o mundo e seu uso tem variado dependendo das culturas e momentos históricos pelos quais passou.

O cânhamo, por exemplo, que é a fibra que é obtida da cannabis, tem sido usado para fazer cordas, papel e roupas. Provas disso foram encontradas em vestígios de tecidos encontrados na China e no Turquestão.

Também foram encontradas evidências do uso de cânhamo em vasos de cerâmica de antigos períodos, que foram encontrados em Taiwan. Da mesma forma, a cannabis tem sido usada para a preparação de óleos e alimentos.

Aqui apresentamos uma breve cronologia da história da Cannabis, com alguns dos principais fatos:

Agora, tendo em conta os vários usos que foram dados à Cannabis ao longo da história, vemos claramente para onde a tendência está indo: o uso medicinal da Cannabis.

História do CBD

A cannabis tem mais de 100 canabinoides, ou ingredientes ativos, que estão em maior ou menor proporção, dependendo da variedade. Os mais comuns são o CBD e THC:

– O CBD (canabidiol) é um canabinoide que é útil no alívio de convulsões, inflamações, dores crônicas, ânsias e náuseas. Não tem o efeito psicoativo do THC.

– O THC (tetrahidrocanabinol) é a principal planta canabinoide psicoativa. Tem propriedades analgésicas únicas, e é por isso que é muito útil no tratamento da dor neuropática. Além disso, é um estimulante do apetite e reduz os efeitos colaterais produzidos por tratamentos como a quimioterapia.

Além dos canabinoides, a cannabis possui terpenos e flavonoides, compostos que possuem um grande potencial terapêutico e que, além disso, permitem potencializar os efeitos dos canabinoides.

Aqui vamos falar especificamente sobre a história de um dos canabinoides: o CBD.

Embora o uso do CBD seja considerado algo moderno, na verdade, tem uma história que remonta a 1940. Naquele ano, Roger Adams, um químico em Harvard, extraiu pela primeira vez o CBD da planta cannabis sativa.

No entanto, naquela época ele não estava ciente de sua descoberta. Foi somente anos mais tarde que Adams e sua equipe de cientistas perceberam e começaram a investigar os possíveis benefícios do CBD.

Em 1946, o Dr. Walter S. Loewe conduziu o primeiro experimento de CBD com animais. Com seus experimentos, descobriu-se que o CBD não causa alterações no estado mental. Nesse mesmo ano, o Dr. Raphael Mechoulam identificou a estrutura do CDB e é por isso que ele é conhecido como o cientista que descobriu essa substância.

A investigação continuou, com testes em primatas, e na década de 60, a British Pharmacopoeia produziu o primeiro óleo de CBD. Em 1980, o Dr. Mechoulam fez outra descoberta científica descobrindo que o CBD pode ser um fator chave no tratamento da epilepsia.

Em pesquisas subsequentes, foi confirmado que o CBD tem um grande potencial terapêutico. Este componente da Cannabis foi posicionado devido a seus efeitos:

– Antiepilépticos
– Antipsicóticos
– Ansiolíticos
– Antiinflamatórios
– Neuroprotetores

Recentemente, o CBD tem sido usado para tratar a dor crônica e neuropática, diabetes, câncer e patologias neurodegenerativas, tais como Alzheimer e Parkinson.

Seu potencial para tratar outros distúrbios, como insônia e transtornos de ansiedade social também está sendo estudado.

A cannabis na atualidade

Atualmente, os preconceitos em torno do CBD e da cannabis estão começando a entrar a cair e mais pessoas estão começando a valorizar esta planta pelo seu grande potencial.

Em 24 de janeiro de 2019, a Organização Mundial de Saúde recomendou que a regulamentação em torno da cannabis mude. De acordo com o regulamento atual, a cannabis e suas resinas são consideradas pelos tratados de controle internacional como substâncias psicoativas.

No entanto, com as mudanças propostas pela OMS, os derivados da CDB deixariam de ser considerados psicoativos e seriam completamente eliminados dos acordos internacionais de controle de substâncias psicoativas.

Ou seja, até mesmo as agências internacionais de saúde reconhecem as propriedades medicinais desse componente e buscam avançar na pesquisa e no desenvolvimento de tratamentos com CBD.

Por outro lado, com a tecnologia atual, novos usos para a cannabis foram descobertos. Estes são os principais usos que a planta teve, até agora:

  • Fibra têxtil
  • Óleo para lâmpadas
  • Insumos para a fabricação de cordas, cestaria, papel e roupas
  • Materiais de construção
  • Isolamento térmico e acústico
  • Biomassa para a fabricação de biocombustíveis
  • Insumo para a fabricação de microfibras (capaz de substituir materiais como fibra de vidro, que podem ser usados para a fabricação de carroceria)

Alicerce para o amanhã

Ninguém pode garantir o que vai acontecer no futuro com a cannabis e o CDB, mas podemos nos atrever a ser otimistas. O fato de que a OMS ousa sugerir uma nova legislação para a cannabis nos mostra que o mundo está começando a mudar paradigmas e derrubar tabus.

Isto representa maior viabilidade no desenvolvimento de produtos e derivados do CBD, o que pode ser útil em vários campos, especialmente no campo da medicina.

A história da cannabis nos mostra que, apesar da grande controvérsia em torno do seu uso, a pesquisa e o desenvolvimento apontam para um futuro em que esta planta, da qual tantas propriedades foram descobertas ao longo do tempo, poderia ser utilizado de forma eficaz para fins médicos e científicos.

História interessante, certo? Você sabe em quais tratamentos médicos a cannabis é usada com ótimos resultados?

Bem, a Dra. Marisol Duque, em seu artigo sobre como o componente ativo do CBD trabalha no tratamento de doenças como Alzheimer, mostra os resultados de pesquisas interessantes para a comunidade médica e para você.

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